quarta-feira, novembro 15, 2006

As Aventuras de Gabi em Sampa - parte I

Nossa viagem começou na frente da Escola de Belas Artes da UFMG (é, aquele que tem um trator enferrujado e uma cópia da Vênus de Milo de cimento na sua frente), onde deveríamos pegar os ônibus que alugamos para a viagem. Esclarecendo: todo ano par o D.A. da Escola de Belas Artes organiza uma excursão baratex pra levar os alunos para ver a Bienal de Artes. Por "baratex", entenda "ônibus alugado e hotel fuleiro no centro a cidade", o que não é nenhum problema pra aluno de artes (já que de acordo com o senso comum somos "tudo doido"). Continuando... pra variar, mesmo chegando em casa às 17:40 e tendo 3 horas e meia para arrumar as malas, cheguei em cima da hora na Escola. Típico de mim, não estranhem. Já estava bem cheio de gente, então minha preocupação foi arrumar lugares ao lado um do outro para eu e meu namorado assim que liberassem a entrada no ônibus.

Quando entramos, as únicas poltronas duplas disponíveis ficavam bem na frente do banheiro. Ruim, mas podia ser pior: se fossem as que ficam ao lado, teríamos que aguentar o cheiro vindo na cara e a porta batendo no braço. Logo que me acomodei, um rapaz de cabelos compridos se sentou na poltrona da minha frente e sacou uma flauta de bambu da mochila.

- Hipponguice é no outro ônibus - falei

Explicando: eram três ônibus indo pra São Paulo, e os ônibus foram nomeados e os participantes divididos mais ou menos de acordo com os seguintes critérios: Aparecida do Norte (trintonas de outras faculdades e casaizinhos), berimbau (pra quem curte Cordel do Fogo Encantado, Mestre Ambrósio e qualquer coisa com tambor) e eletroclash (era pra se chamar trance, mas um dos meninos foi contra porque "trance é muito chato". Fui obrigada a concordar). Estávamos no ônibus tranc..., ops, eletroclash, daí dá pra entender o motivo da minha reclamação com o neohippie. O cara ainda achou graça; maconha demais deve dar nisso.

Ele não foi o único: um aluno da EBA que não vou dizer o nome (mas quem conhece a figura vai identificá-la no ato), representante-mor do ônibus berimbau, viajava no nosso ônibus. Até pensei que o pessoal que da lista tivesse feito de sacanagem, mas depois vim a saber que ele mesmo tinha pedido para ir lá por causa de umas meninas (típico dele também). Pois bem, logo que o ônibus se pôs em movimento esse rapaz sacou um CD da mochila e colocou pra tocar. Um doce pra quem adivinhar o que continha o tal CD... Eu e a turma do eletroclash fomos obrigados a promover um mini-motim para trocar o CD, cujo lema era a frase aí de cima com uma pequena variação:

- Tambor é no outro ônibus.

Assim a viagem prosseguiu tranquila (até demais: pensei que ia rolar bagunça, mas todo mundo apagou ou ficou conversando baixinho). O que não imaginávamos era o acontecimento tenebroso que nos aguardava na primeira parada...

Continua...

Um comentário:

. disse...

Ahhhhhhh esse aguarde cenas do próximo capítulo me mata!!!!!!!!!