terça-feira, outubro 27, 2009

Tô de mudança

Não daqui do blog: resolvi criar um Deviant com um nomezinho melhor que o anterior (que estava parado há tempos, diga-se de passagem). E caramba, tinha me esquecido o quanto é chato o upload dos arquivos, o tanto de detalhezinho que eles exigem...

Achei péssimo também que você só pode classificar o seu trabalho em uma categoria. Limitante demais.

Enfim, quem quiser conhecer a nova casa, tá aí embaixo o link. Ainda tô botando ordem, mas é questão de dias até os uploads serem mais frequentes.

http://gabicmartins.deviantart.com/

quarta-feira, outubro 14, 2009

Da série "vamos relembrar regrinhas de ouro para sites?"

É daquelas coisas que você pensa que já viraram até lei na internet, mas um belo dia você abre uma página qualquer e descobre que não, que ainda tem gente sem noção na rede (não sei porque a esperança, tão aí os gifs animados e cheios de purpurina e o Recados na Água que não me deixam mentir).

Pelo jeito vamos ter que recordar um dos mandamentos de "como fazer um bom site, láááááááá da época da Internet 98:


Evite cair na tentação de colocar musiquinhas tocando na abertura do seu site.


Isso é sério, por vários motivos. O primeiro é o prático: vai que a pessoa abriu o site as 2 da manhã (uma coisa bem comum, diga-se de passagem), a família toda dormindo, e sem aviso nenhum começa a tocar uma música na maior altura. Nem dá tempo de abaixar a caixa de som... Se ela estiver de fones de ouvido, aí é aquele pulo na cadeira.

Segundo, porque geralmente quem faz isso tem mal gosto. É, não me levem a mal, mas é a verdade: pessoal tem o espírito de "ah, pena que pouca gente gosta desses cantores, mas aposto que é por desconhecimento" e aí resolvem enfiar o negócio no nosso ouvido à fórceps. E uns 95% dos que fazem isso costumam se dividir em duas categorias: j-pop vagabundo e/ou trilha sonora de anime, ou evangélico. Vez ou outra tem algum pop rock nacional pão-com-ovo também, tipo Jota Quest.

Terceiro, que colocam os botões do som bem escondidinhos. Não sei se por ingenuidade ou maldade (o que eu disse lá em cima, o "vocês vão ter que engolir minha banda favorita"), mas é um porre ficar catando botãozinho de stop enquanto a música chata rola. Já fechei vários sites por não conseguir parar a música.

Então fica aí o recado pra quem quiser uma página musical: pode colocar a opção, sim, mas deixe a escolha de ouví-la para o visitante da página. É só deixar os comandos bem visíveis, explicar que tipo de música tem ali e pronto: quem quiser vai se esbaldar, quem não quiser passa reto e continua vendo o seu site sem incômodo.

E se ainda assim você quiser receber o visitante com uma música, pelamordedeus, botão de Stop bem visível, OK?! Mas bem visível mesmo!

Contribua pra uma internet melhor.

sábado, outubro 03, 2009

Inaugurando boteco novo

Já faz um tempinho que estou planejando isso, mas vai adiando aqui, vai deixando pra mais tarde, aí nunca saía nada. Então agora vai: gostaria de convidar os leitores do Toda Cura Para Todo Mal a conhecerem o Gabi Martins - caderno de rascunhos.

Pra quem ainda não sacou, eu sou ilustradora, e a idéia desse blog é ir postando rascunhos, idéias e experiências, fora coisas interessantes relacionadas a desenho - como sites e blogs de outros desenhistas, vídeos, etc.

O blog já estava no ar havia um bom tempo, mas minha idéia era lançá-lo "oficialmente" somente quando eu tivesse uma quantidade razoável de trabalhos nele, mas percebi que sem feedback, eu não me sentia estimulada ao processo de postar: escanear trabalhos, colocar no blog, fazer comentários, etc. Daí tirei uns posts antigos que estavam tosquinhos e resolvi começar de novo.

Críticas são super bem vindas, e falo sério mesmo, não é falsa humildade. Quem quiser comentar, sugerir, dar toques, falar o que acha que está bom e o que está ruim nos desenhos, tá convidado a fazê-lo.

Enfim, espero que gostem tanto quanto eu tô gostando de fazer esse novo blog.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Mangá(?) do Labirinto

Semana passada eu fiz uma vaigem rápida à Argentina, junto com a família. A gente estava planejando uma viagem mais longa (coisa de duas semanas) e pra mais longe (Europa, provavelmente), mas aí a burocracia e alguns atrasos complicaram bastante a coisa e resolvemos mudar de rumo. Eu adorei à viagem e depois vou fazer posts contando como foi (e dessa vez escrevo mesmo, tô empolgada com as fotos, com o passeio, com tudo), mas pra esquentar os tamborins vou falar um pouquinho de um dos achados da minha viagem: um quadrinho continuação do Labirinto, um dos filmes dos anos 80 mais emblemáticos, cria indireta do Monthy Python e do autor dos Muppets, e um dos meus favoritos.

Estava eu andando pela rua Florida no meu penúltimo dia de estadia na capital argentina quando me deparo com o quadrinho na banca. Estava chovendo bem no dia, o jornaleiro tinha colocado um plástico grosso pra proteger as revistinhas, então fiquei lá um tempão meio agachada olhando até ter certeza do título: "Return to Labyrinth". Fiquei bem desconfiada, já que uma tentativa de continuação de um filme tão bacana tinha grande chance de dar merda, mas como tava baratinho (14 pesos cada, divida por 2 pra ter o preço em reais), a curiosidade falou mais alto. Arrematei dois volumes, mesmo eles estando um pouco amassados (e não tinha mais, devia ser resto do resto) e mesmo sabendo que havia um terceiro volume que o jornaleiro não tinha. Qualquer coisa eu dava um jeito, internet taí pra isso.

Dito tudo isso, eu mostro aqui a capa do mangá:

Lindona, eu achei. Mesmo não babando taaaaanto por esse tipo de traço quanto há alguns anos atrás, ficou bem caprichada. Se o miolo seguisse o traço, ótimo. Mas aí notei os créditos: desenhista de capa era um, desenhista do recheio era outro (americano, pelo nome). Luzinha de alerta acendeu aqui.

Não deu outra, olha a qualidade do miolo do mangá:


Sim, é essa tranqueira. Do lado desse traço, até o mangá da Luluzinha (que parece feito por fanzineiro) fica bonito. Fora que o nível do traço é irregular, vai do razoável até o muito ruim: vai ver o tal Chries Lie estava com o prazo apertado, aí quando ele ia fazer cocô ou sair pra lanchar colocava o irmão mais novo pra fazer arte final no lugar dele... O Jareth, coitado, uma hora fica parecendo o Dark Schneider magricelo e de batom, noutras fica numa vibe Sephirot meets Steve Tyler. Pavoroso.

Mas e o roteiro, presta pelo menos? Resuminho: a história se passa alguns anos depois do filme original: Sarah cresceu e virou professora, e o seu irmão Toby está enfrentando problemas típicos de adolescente (com aquele exagero típico desse tipo de história). E dessa vez é ele que vai ser atraído pra dentro do Labirinto por Jareth. Que dessa vez não parece ser o senhor absoluto daquele mundo como a gente pensava: algumas intrigas políticas estão em jogo, há gente de olho no controle do Labirinto por alguma razão, e novos personagens misteriosos aparecem.

O início é bem banalzinho (Toby adolescente com problemas), e pra piorar foi bem mal trabalhado. Ficou óbvio que queriam que ele emulasse a Sarah do filme, aí deram uma forçadinha de barra e botaram a mãe brigando com ele igualzinho. Também colocarem ele numa peça de teatro, dã. A impressão que eu tive é que correram com essa parte pra chegar logo à ação.

Quando ele entra no Labirinto alguma coisa melhora, mas a história é irregular como o traço. Quando ela se mantém fiel às idéias do filme original ela até funciona bem. Clima bizarrinho, personagens estranhos, e contos de fadas citados ou virados do avesso (alguns bem pouco conhecidos como o dos duendes que faziam sapatos à noite para um casal de velhinhos vender de dia)...

Mas quando se afasta disso, aí a história derrapa feio. Fica um gosto forte de deja vu, de "eu já li isso antes e muito melhor escrito", tudo soa como aqueles RPGs genéricos de videogame que você compra/baixa e fica jogando na falta de algo melhor pra fazer, mas depois que você zera, se esquece da existência dele rapidinho (ou nem chega a zerar, perde a empolgação antes).

Só pra sentirem o clima: quem está doidinho pra se apossar do Labirinto é uma rainha de um reino/dimensão/país de água, que tem poderes baseados nesse elemento, e duas filhas meio artistas de circo que também tem poderes baseados em água. E fica claro que ela e Jareth já tiveram uma quedinha um pelo outro. E que a força de vontade do Jareth era fortíssima, e era ela que mantinha o Labirinto, e quem controlasse o Labirinto também teria aquele poder.

Rayearth feelings? Sim, eu também senti. Não é totalmente aleatório porque no filme há um "embate" entre a vontade da Sarah e a do Jareth, mas como eu já disse, do jeito que colocaram ficou com jeitão de um desses RPGs que saem por quilo.

Só faço uma ressalva: como eu disse lá em cima, eu não li a última parte da história porque não achei o último volume pra comprar. Pra ser sincera eu duvido que o clima geral da história mudassem, mas pode ser que ele tenha algumas surpresas que ao menos deixassem uma sensação melhor.

Enfim, a impressão que eu tive é que a história tinha até uma chance de funcionar (ainda que não ficasse no nível da concepção original), mas que foi desenvolvida de forma beeeem preguiçosa.

E sabe o que é pior? No final do segundo volume tem umas pin-ups de outros desenhistas, algumas amostras:




Podiam ter chamado qualquer um deles para desenhadr o quadrinho...

quarta-feira, setembro 09, 2009

Livro de Graça na Praça 2009


Dica excelente pro pessoal de Belo Horizonte: vem aí a segunda (me corrijam se eu estiver errada) edição do evento. Os dados estão no banerzinho, mas vou repetir o mais importante: é no dia 13 de setembro, na Praça da Liberdade, e começa às 8 da manhã.

Segundo a minha amiga Rita, vale a pena: os livros distribuídos são legais, nada de borra de café ou tranqueira encalhada que ninguém quis. Mas é legal chegar cedo pra garantir o seu.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Análise rápida - Penélope


Foi uma das minhas últimas leituras - e das bem rapidinhas, peguei emprestado na quinta-feira e no sábado de manhã eu já tinha terminado, e ó: recomendo fortemente.

Taí um resuminho curtinho, retirado desse site aqui:


"Em um conto de fadas moderno, nós conhecemos Penélope, uma jovem de 23 anos que passou a vida inteira presa em sua própria casa, vítima de uma antiga maldição. Para se livrar do focinho de porco que cresce no lugar do seu nariz, ela precisa encontrar alguém que a ame mesmo com esse 'pequeno' problema."

Descrição clichê (e que por ser clichê não quer dizer nada): é um conto-de-fadas moderno. Minha descrição: é super bem escrito, é surpreendente, tem partes hilárias (como quando a protagonista explica os motivos de sua família ter sido amaldiçoada)... e tem umas metáforas excelentes, que vão beeeem além do batidíssimo (e raso) "não ligue para as aparências", "beleza não é tudo", "seja você mesmo".

Fazia tempo que eu não lia algo tão legal e que andava torcendo o nariz pra tudo o que me recomendavam. Por isso mesmo tô passando a dica pra frente.

PS: tem um filme, que estou doida pra ver.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Trabalhando por migalha... ou coisa pior.

Essa eu deveria postar no meu quase-vindo-à-tona blog de desenhos (opa, escapuliu antes da hora), mas como o assunto é sério e assunto sério é sempre urgente, vou postar por aqui mesmo.

O Montalvo é um ilustrador que eu admiro pra caramba, sobretudo pelos posicionamentos dele sobre a profissão. Foi ele que puxou a idéia do SketchCrawl no Brasil (prometo que no próximo eu faço tudo direitinho, com direito a foto e mais gente participando), fora seus textos supimpas e empolgantes.

Aí que dia desses ele postou esse vídeo aqui. Coloquei o link pro post dele porque não consigo anexar o videozinho aqui no site, mas garanto que vale a visita. E acho que é de se espantar: se a Warner é capaz de pedir ao Harlan Ellison, que é um escritor conhecido e tarimbado, que ceda um trabalho dele sem oferecer um tostão em troca (e sequer uma cópia do DVD), imagina o que não fazem com novatos... e acaba que esses, por ingenuidade, medo, ignorância ou uma mistura de tudo, vão achatando os já bem achatados preços ainda mais...

Se você já estiver por lá, aproveite a visitinha e veja o post sobre a última (tentativa de) campanha viral da Puma. E já que estou no embalo, fiquem com esse texto do Hiro, sobre o porque de não se desenhar de graça. Lembro que eu o encontrei sem querer numa das minhas andanças pela web, e foi o que me motivou a me profissionalizar como ilustradora.